Quando eu era muito jovem, a minha mãe perguntou-me qual era a parte mais importante do corpo.
Eu achava que o som era muito importante para nós, seres humanos, e respondi:
- As orelhas, mãe.
- Não, disse ela. Muitas pessoas são surdas... Mas continua a pensar no assunto. Noutra oportunidade eu volto a perguntar-te. Algum tempo se passou... até que ela me perguntou outra vez. Eu tinha pensado bastante e imaginava ter encontrado a resposta correta. Assim, desta vez eu disse: - Mãe, a visão é muito importante para todos, então devem ser os nossos olhos. Ela olhou-me e disse: - Estás a aprender rápido, mas a resposta ainda não está correcta, porque há muitas pessoas cegas...
Eu errei outra vez! Continuei a minha busca pelo o conhecimento ao longo do tempo. A minha mãe voltou ao assunto várias vezes, mas a cada resposta minha, ela retrucava: - Não... Mas estás a ficar mais inteligente em cada ano. Então, um dia, o meu avô morreu. Todos estavam tristes. Todos choravam. Até mesmo o meu pai, que eu nunca havia visto chorar. A minha mãe olhou para mim quando me fui despedir do meu avô e perguntou-me: - Já sabes qual a parte do corpo mais importante? Fiquei algo chocado por ela me fazer a pergunta justamente naquele momento. Sempre achei que era apenas um jogo entre nós.
- Hoje é o dia em que tu necessitas de aprender esta importante lição, disse-me ela. Ela olhou-me de um jeito que só uma mãe pode fazer e disse: - Querido, a parte do corpo são os ombros. Intrigado, perguntei:
porque eles sustentam a minha cabeça? - Não, respondeu ela, é porque podem apoiar a cabeça de um amigo ou de alguém amado quando eles choram. Todos precisam de um ombro para chorar em algum momento da vida. Naquela ocasião eu descobri qual era a parte do corpo mais importante... Porque, naquela hora, quem precisou de um ombro fui eu. Acrescenta a mãe: -Espero que tenhas bastante amor e amigos, e que os teus ombros estejam sempre à disposição quando alguém precisar.
Sempre que recordo este facto, lembro-me da seguinte citação: "As pessoas esquecer-se-ão do que disseste... esquecerão o que fizeste... mas as pessoas nunca esquecerão o que as fizeste sentir... Os bons amigos são como estrelas... nem sempre as vês, mas sabes que estão sempre lá".
(Autor Desconhecido) Texto tirado do Almanaque de Santa Zita.
J* M*
